19.10.06

Meu Sonho de Ontem.

Ontem tive um sonho, acordei feliz e sorrindo
Sonhei que eu vivia em um mundo mais tranqüilo
Nas ruas, os carros eram atropelados por cachorros
E todos os motoristas eram felizes e amorosos.
Ruas tinham ar puro sem o veneno do cano de descarga
E toda a humanidade se sentia mais amada.

O povo não era guiado e programado pelo computador
Nem comprado pelo político nem escravos do televisor
A televisão não era o membro mais importante da família
Os pais sentavam todos à mesa e comiam em harmonia.


O povo trabalhava para viver
E não viviam para trabalhar até morrer
Ninguém era preso por contestar o serviço militar
Eram encarcerados apenas os que queriam se alistar.

Os economistas não chamavam de nível de vida
O nível de consumo e a quantidade de bem que se tinha
E os cozinheiros passaram a entender em suas cozinhas
Que as lagostas não gostavam de serem servidas vivas.

Os homens não criam que países gostam de ser invadidos
O povo não enchia a barriga com promessas dos políticos
E o mundo não estava mais em guerra contra os pobres
Mas contra a pobreza dos homens nobres.

A indústria de arma sem faturamento declarou falência
Ninguém comprava arma e morria pela própria inocência
E ninguém morria de fome mais não
Porque não tinha mais rico morrendo de indigestão.


Os meninos pobres não eram tratados com desrespeito
Nem os meninos ricos eram tratados como dinheiro
A educação não era um privilégio de quem podia pagá-la
A polícia não era a maldição de quem não podia comprá-la.

A justiça e a liberdade eram gêmeas siamesas
Eram as mesmas para as riquezas e para as pobrezas
Uma mulher negra era presidente do Brasil
Eram respeitadas as cores verde, amarela, branca e azul anil.

A igreja distribuiu suas pedras preciosas para o povo
Doou suas terras em detrimento a um mundo novo
Os fiéis não recebiam a vida eterna pagas em ouro
Nem eram ovelhas tosquiadas indo direto ao matadouro.

Até que um estampido de tiro na madrugada escutei,
Aí, infelizmente deste sonho lindo acordei.

Wagner de Almeida Posso.

Nenhum comentário: